Fichamento II

Fichamento II

Universidade de Brasília – UnB

Faculdade de Educação – FE

Disciplina: Praticas mediáticas na educação

Professor: Pedro Andrade

Nome: Clara Vieira da Silveira

Matricula: 11/0112881

CYSNEIROS, P. G. Novas tecnologias na sala de aula: melhoria do ensino ou inovação conservadora?


Resumo

O texto apresenta pontos que impedem a inserção da tecnologia nas escolas. Traz pontos positivos e negativos na inserção desses aparelhos para o desenvolvimento da criança. O autor expõe questões que visivelmente são empecilhos para que a informática seja um instrumento que esteja interagindo com a educação e não apenas sendo utilizada como um simples computador, por exemplo.

Citações principais do texto

Introdução

Inicialmente gostaria de fazer algumas breves colocações sobre a sala de aula que tenho em mente ao discorrer sobre a qualidade do ensino, sobre novos desafios, sobre novas abordagens da comunicação mediada pela tecnologias da informática.[...] A arquitetura pobre e o mobiliário desconfortável e precário dificultam o trabalho intelectual de alunos e mestres. (CYSNEIROS, 1999, p.11-12)

O professor encontra-se sobrecarregado [...] ensinando matérias que não dominam [...] Mas também em tais escolas aprendi a ter um profundo respeito pela grande maioria de professores e professoras que desenvolveram formas criativas de ensinar e de educar, construídas dentro das limitações e das condições existentes. (CYSNEIROS, 1999, p. 12)

Historia da tecnologia educacional

Ao tratarmos de novas abordagens de comunicação na escola, mediadas pelas novas tecnologias da informação, estamos tratando de Tecnologia Educacional. Esta observação é pertinente porque certos autores consideram este tema como algo inteiramente novo. Tudo tem uma história, explícita ou não, cabendo ao conhecedor crítico tentar desvendá-la, interpretá-la e usá-la para não repetir erros. (CYSNEIROS, 1999, p. 12).

[A] principal conclusão [de Larry Cuban] é que o uso de artefatos tecnológicos na escola tem sido uma história de insucessos [...] Outros aspectos [...] merecem reflexões amplas, como o discurso de pioneiros da tecnologia prevendo o acesso de todos os alunos -independente de condição social ou de escola - a materiais educacionais da melhor qualidade. (CYSNEIROS, 1999, p. 13).

No início dos anos oitenta iniciaram-se as primeiras políticas públicas em informática na educação, no contexto mais amplo da reserva de mercado para informática. [...]Na época, a contradição entre tecnologia de ponta e escolas precárias era mais evidente uma vez que os computadores eram máquinas mais caras e não estavam tão disseminados na sociedade como hoje. (CYSNEIROS, 1999, p. 14).

Inovação Conservadora

O fato de se treinar professores em cursos intensivos e de se colocar equipamentos nas escolas não significa que as novas tecnologias serão usadas para melhoria da qualidade do ensino. Em escolas informatizadas, tanto públicas como particulares, tenho observado formas de uso que chamo de inovação conservadora, quando uma ferramenta cara é utilizada para realizar tarefas que poderiam ser feitas, de modo satisfatório, por equipamentos mais simples. (CYSNEIROS, 1999, p. 15).

Atualmente a inovação conservadora mais interessante é o uso de programas de projeção de tela de computadores, notadamente o PowerPoint©, com o qual o espetáculo visual (e auditivo) pode tornar-se um elemento de divagação, enquanto o professor solitário na frente da sala recita sua lição com ajuda de efeitos especiais, mostrando objetos que se movimentam, fórmulas, generalizações, imagens que podem ter pouco sentido para a maioria de um grupo de aprendizes. A inatividade (física e mental) do aprendiz é reforçada pelo ambiente da sala, geralmente à meia luz e com ar condicionado. Como veremos mais adiante, tais tecnologias amplificam a capacidade expositiva do professor, reduzindo a posição relativa do aluno ou aluna na situação de aprendizagem. (CYSNEIROS, 1999, p. 16).

Vários autores reconhecem que os usos educativos das tecnologias da informação na última década - instrução assistida por computador (CAI), informações em rede, aprendizado à distância - foram embasados em métodos pedagógicos tradicionais: fluxo unidirecional de informações, tipicamente um professor falando ou comentando imagens para alunas e alunos passivos. (CYSNEIROS, 1999, p. 17).

A presença da tecnologia na escola, mesmo com bons software, não estimula os professores a repensarem seus modos de ensinar nem os alunos a adotarem novos modos de aprender. (CYSNEIROS, 1999, p. 18).

Internet, informação e educação

Outro aspecto que pode confundir o educador é o discurso da necessidade da informação [...] que nos causa de inicio certa angústia ao concluirmos que a escola não tem acesso imediato à enorme quantidade de informação que é produzida diariamente no mundo. (CYSNEIROS, 1999, p. 18).

Embora devamos perseguir o ideal de uma aprendizagem estimulante e auto motivadora - em salas de aulas ricas em recursos e com respeito à individualidade e espontaneidade do aprendiz -sabemos que além do prazer da descoberta e da criação, é necessário disciplina, persistência, suor, tolerância à frustração, aspectos do cotidiano do aprender e do educar que não serão eliminados por computadores. (CYSNEIROS, 1999, p. 20).

Uma concepção fenomenológica da tecnologia educacional

Desde minhas primeiras incursões pela literatura sobre as tecnologias da informação e da comunicação, aplicadas ou não à educação, tenho tido a impressão de caminhar sobre um grande mosaico de pedras desconexas, de formas e tamanhos diversos. [...] Esta analogia traduz uma sensação que talvez seja uma das características permanentes da multidisciplinaridade de uma área como a Informática Na educação. Mas sinto falta de uma abordagem coerente, que tenha começo, meio e aponte para algum fim. Na tentativa de dar coerência ao todo, fui encontrar na filosofia [...] um dos enfoques amplos que podem servir como ponto de partida. (CYSNEIROS, 1999, p. 20-21).

A Fenomenologia tenta abordar os objetos do conhecimento tais como aparecem, isto é, tais como “se apresentam” à consciência de quem procura conhecê-los, tentando deixar de lado toda e qualquer pressuposição sobre a natureza desses objetos.

Uma das conclusões de uma primeira análise fenomenológica superficial é que a tecnologia não é neutra, no sentido de que seu uso proporciona novos conhecimentos do objeto, transformando, pela mediação, a experiência intelectual e afetiva do ser humano, individualmente ou em coletividade; possibilitando interferir, manipular, agir mental e ou fisicamente, sob novas formas, pelo acesso a aspectos até então desconhecidos do objeto. (CYSNEIROS, 1999, p. 21).

Conclusão

Nossas escolas públicas e professores, como vimos no início deste trabalho, ainda não possuem ambientes favoráveis a este tipo de atividade. Isto no entanto, não significa que não devamos iniciá-la, que o professor desista de experimentar, de ousar. (CYSNEIROS, 1999, p. 23).

Comentários e questionamentos

Com base na leitura do texto é possível notar que muitos são os fatores para uma melhora na qualidade do ensino. Podemos observar que o fato de se ter instrumentos tecnológicos não qualifica o ensino nem propõe uma mudança pedagógica eficaz. Uma adequação dos locais a serem instalados os instrumentos e outros artefatos são necessários.

Atualmente nota-se a inserção da informática nas escolas. Porem as mudanças foram adequadas? As instalações foram feitas, estruturas, mesas próprias, artefatos foram implantados? A didática foi adequada para uma mudança pedagógica? São questionamentos importantes para que a instalação desses equipamentos possibilite uma qualidade de ensino.

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